quarta-feira, junho 08, 2016

Dois passos atrás

Há semanas que são longas. Quando se está desempregada, o tempo passa a ser uma coisa ainda mais curiosa e instável do que o normal. Na verdade, as semanas costumam parecer, simultaneamente, muito lentas porque não temos nada para fazer, e muito rápidas porque não tivemos que contar os dias com a ânsia de chegar ao fim-de-semana ou à folga.

No entanto, elas são inevitavelmente mais dolorosas. Digo isto com a franqueza de alguém que detesta acordar cedo e que combatia estoicamente o relógio a cada manhã para ir trabalhar quando o fazia. Com a honestidade de alguém que tinha um emprego mal pago e de querer arrancar a cabeça a cada segundo. Mesmo assim, estar desempregada é infinitamente mais doloroso.